quarta-feira, abril 09, 2008

Marxismo, um tema cada vez mais actual

Texto de Manuel Monteiro sobre um tema cada vez mais actual, o marxismo. Tirado de aqui

O marxismo acreditava que o capitalismo mataria o próprio capitalismo, pelo que a possibilidade das grandes empresas engolirem todas as pequenas e médias era um bem maior, atenta a necessidade de uma revolta profunda dos operários. A sua perspectiva assentava na ideia de que quanto maior fosse o número de trabalhadores por conta de outrem e menor o número de proprietários, mais condições se reuniriam para o choque final.
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Aos olhos de Marx, a concentração do capital, o surgimento de multinacionais, o avanço do poder financeiro face ao poder económico, o desenraizamento das relações entre detentores do capital e trabalhadores, a despersonalização na gestão empresarial, a separação entre accionistas e administradores da empresa, mais não eram do que consequências normais, até naturais, da lógica capitalista para quem o lucro, nada mais do que o lucro, impõe regras, condiciona vontades e determina soluções. O marxismo surgia assim aos olhos de muitos como a resposta humana, contra a crueldade liberal que consentia no trabalho sem condições, que impunha a crianças, a mulheres, a idosos, a doentes, a presença nas fábricas em troca de um mísero salário. O marxismo, mais do que a solução para o problema, propunha a revolta contra o problema, a não aceitação das condições vigentes, a recusa de um sistema económico que tanto possibilitava a existência de fortunas incalculáveis, concentradas nas mãos de uma minoria, quanto a presença de multidões de pobres sem esperança na vida.

Acontece que o marxismo só triunfou onde existiu leninismo e que este tanto foi motivo do seu sucesso, quanto do seu declínio. A esquerda, pelo menos a esquerda para quem as teses de Marx continuam actuais – talvez hoje mais do que ontem, atentos à conversão liberal de muitos partidos socialistas e sociais – democratas -, acredita que a ascensão capitalista, destituída de valores e de regras, pode contribuir para o recrudescimento de movimentos de revolta consistente capazes de gerar o neo – marxismo, revisto e preparado para se adaptar às novas realidades com que a sociedade se depara. Há uma esquerda que sabe isso. Uma esquerda que não é leninista (ou se o é, não o quer parecer), e que, ao contrário daquela, é profundamente anti – conservadora apostada que está na desestruturação do próprio modelo comunitário em que vivemos. Mais do que o combate económico, mais do que a luta de classes dos tempos modernos, esta esquerda – que está patente no Bloco de Esquerda – quer destruir a base da comunidade humana. Conceitos de natural e anti – natural, de família, de homem, de mulher – nas suas imensas e profundas diferenças -, são para esta esquerda totalmente anacrónicos e um alvo perfeito a combater e a abater. Esta esquerda aproveita-se, com uma inteligência acima da média, da desilusão de muitos eleitores socialistas, do desnorte ideológico de muitos dirigentes ex - comunistas e actuais socialistas diante o deslumbramento do poder, para crescer nos escombros duma família política que negou as origens, abandonou os seus clássicos e se tornou selvaticamente adepta do mercado que outrora esconjurou. É verdade que só não mudam os burros, mas ver hoje socialistas e ex – comunistas a fazer o discurso do mérito, da iniciativa privada, da concorrência, dos cartões dourados, quando as leis que ainda vigoram, e que nos atiraram para a cauda da Europa, em matéria de desenvolvimento, são da sua autoria é tão espantoso para quem nunca foi socialista, como será penoso para quem o continua a ser. Orwell, e o seu Animal Farm, podem ter demorado a chegar a Portugal, mas chegaram, oh se chegaram. Significa isso que o marxismo desapareceu? Que ninguém acredite em tal profecia! Ele tem todas as condições para regressar. Pode apresentar – se de forma distinta, com roupagem totalmente diferente, com linguagem moderna, talvez até menos utópico, mas ainda assim marcará presença e talvez mais proximamente do que muitos julgam. As ideologias do Séc. XIX podem ter morrido, com a queda do Muro de Berlim, mas as novas ideologias, muitas delas herdeiras do pensamento desse mesmo século XIX, começaram o seu caminho. Com porta bandeiras mais astutos, mais pragmáticos, mas acima de tudo mais desejosos de vingança. Eles não querem apenas triunfar, desejam destruir. Pena é que poucos o estejam a perceber!

Manuel Monteiro

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5 Comments:

Blogger Jorge Ferreira Lima said...

Caro Ricardo:

Para conferires alguma verosimilhança à possibilidade de o texto ter sido escrito pelo MM, aconselho-te a escreveres-lhe coisas menos elaboradas...

4/09/2008 3:54 da tarde  
Blogger Ricardo Pinheiro Alves said...

Alguma vez leste alguma coisa escrita por ele?

4/09/2008 4:55 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

acho q o lima estava convicto de q o mm não sabia sequer escrever

4/09/2008 5:06 da tarde  
Blogger Jorge Ferreira Lima said...

«Estava»?

4/10/2008 12:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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2/19/2010 3:32 da manhã  

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