Triste espectáculo na SIC

Depois da tempestade vem a bonança. Como bem "retratou" Rui Castro, a noite do passado Domingo foi um pesadelo que mostrou o resultado de anos acumulados de incompetência de governos e autarcas no planeamento e ordenamento do território.

A noite de Segunda-feira foi, pelo contrário, de bonança para o Primeiro-Ministro. Entrevistado por dois embasbacados jornalistas, Sócrates brilhou no tempo de antena que a SIC gratuitamente lhe ofereceu. Teve o tempo todo para expor a sua visão dos assuntos sem ser minimamente contrariado pelos seus interlocutores. Anunciou resultados que só existem na imaginação dele sem qualquer tentativa de contraditório. Na educação, apresentou números que, diz Sócrates, provam a diminuição do insucesso escolar em 20% sem que os jornalistas o questionassem sobre a qualidade do ensino e sobre o que os alunos supostamente com sucesso na realidade aprenderam, demonstrando apenas que o seu conhecimento sobre a realidade das escolas ainda é menor do que o pouco que o primeiro-minstro tem.

Os dois jornalistas que ontem entrevistaram Sócrates na SIC deram um triste exemplo do que é ser um bom profissional. Tão acutilantes costumam ser nas apreciações que fazem da classe política ou da economia, não conseguiram passar das questíunculas que (des)animam os debates na Assembleia da República.

Eu não sou accionsita da SIC, mas se fosse iria pedir uma justificação á actual administração sobre a perda de receitas em publicidade que a estação teve ontem. E iria perguntar porque é que as empresas pagam principescamente para anunciar no horário nobre da SIC e o primeiro-minstro propagandeia gratuitamente.