Pssst, pssst...
Esta menina perdeu uma boa oportunidade de estar calada.
Quem lhe disse que no ano passado houve 6099+933 abortos clandestinos?
Quem lhe disse que os 6099 legais deste ano teriam acontecido no ano passado?
Quem lhe garante que estas 6099 mulheres não teriam prosseguido a sua gravidez se o aborto não fosse legal?
Quanto a interpretar e manipular números, ficamos esclarecidos sobre o que esperar de si.
Quem lhe disse que no ano passado houve 6099+933 abortos clandestinos?
Quem lhe disse que os 6099 legais deste ano teriam acontecido no ano passado?
Quem lhe garante que estas 6099 mulheres não teriam prosseguido a sua gravidez se o aborto não fosse legal?
Quanto a interpretar e manipular números, ficamos esclarecidos sobre o que esperar de si.
17 Comments:
Independentemente dos números em causa, que confesso não conhecer, a única matemática possível a fazer, só pode ser a seguinte:
Número de abortos legais ou ilegais do ano passado - Número de abortos legais ou ilegais deste ano = vidas salvas/vidas mortas
Se aumentaram os abortos a lei trouxe mais mortes, se diminuiram, a lei trouxe mais vidas. o senhor de La Palisse não diria melhor.
este é o resultado da lei...
Ninguém, ninguém e ninguém, nem eu disse nada disso, JLM. Afirmo, isso sim, que se não tivesse existido despenalização do aborto até às dez semanas por opção da mulher e realizado em estabelecimento autorizado, nos últimos 8 meses, para além das 933 conhecidas, pelo menos mais 6099 mulheres teriam praticado um aborto clandestino. Então o ponto não era a mentira da ineficácia da lei relativamente à minoração do aborto clandestino? Onde é que há manipulação?
De anónimo para anónimo:
o Senhor de la Palisse nunca disse nada de ridículo, truista ou redundante que mereça semelhante perseguição.
Acontece que, aquando da sua morte, os seus homens dedicaram-lhe uns versos dos quais constava a frase "s'il n'était pas mort, il ferait encore envie" que foram propositadamente distorcidos por Bernard de la Monnoye:
Monsieur d'la Palisse est mort,
il est mort devant Pavie,
Un quart d'heure avant sa mort,
il était encore en vie.
Como vê, o pobre não tem culpa. Deixe-o descansar em paz.
AMP,
O ponto é que não pode afirmar que "...mais 6099 mulheres teriam praticado aborto clandestino". Quem sabe se num quadro legislativo mais restritivo, como o anterior, essas 6099 mulheres, ou algumas delas, não teriam prosseguido a gravidez até ao fim? As que não prosseguissem engrossavam os números da clandestinidade, mas não pode afirmar que aconteceria com todas elas.
E o ponto não é "a mentira da ineficácia da lei relativamente à minoração do aborto clandestino" mas tão somente à minoração do aborto. O clandestino claro que diminui, dado passar a legal. Mas a minha preocupação vai mais além, centra-se no facto de se tirar uma vida, seja clandestinamente ou às claras.
JLM,
1. Ai isso é que posso, 6099 foi o número de abortos oficialmente notificados como estando dentro do articulado do nº1, alínea e), art. 142º do CP, pós Lei 16/20007, de 17 de Abril (cf. aqui, p. ex., http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/20080208_Seis+mil+abortos+legais.htm) e que seriam clandestinos se a referida alínea não existisse.
2. Ai isso é que era, o ponto de partida para a ctual discussão, esta que deu origem a este nosso diálogo, era exactamente esse.
3. Tem todo o direito de ter as preocupações que entender mas, e irá desculpar-me, essa outra discussão já não a terá comigo, não teria qualquer mais-valia para nenhum de nós, como ambos sabemos.
Cumprimentos,
"a ter" e não "de ter", desculpe JLM.
Já agora, anónimo das 12:57, essas contas são impossíveis de fazer, por razões que todos conhecemos.
ana matos pires
Cara Ana Matos Pires,
Da premissa:
"6099 foi o número de abortos oficialmente notificados como estando dentro do articulado do nº1, alínea e), art. 142º do CP, pós Lei 16/20007, de 17"
podem-se extrair duas conclusões:
1 - "seriam clandestinos se a referida alínea não existisse"
2 - "Não existiriam, ou pelo menos não existiriam todos, se a referida lei não existisse"
Pode sempre dizer que a única certeza que se pode extrair
é a primeira conclusão, mas não pode dizer com toda a certeza que, se a actual lei não tivesse sido aprovada, todas as mulheres que fizeram o aborto nos termos da referida alínea o teriam feito na mesma, ainda que ilegalmente.
A LEI não serve apenas para punir, tem também uma função preventiva.
Função essa que desapareceu...
Ou seja, todos dizem (quer os do SIM quer os do NÃO) que são contra o aborto, seja ele legal ou ilegal, são contra a prática em geral.
Ao desaparecer a lei, deixou de se prevenir o que quer que seja. Objectivamente contribuiu para aumentar o número de abortos, ainda que legais...
AMP,
Vou só explicar três coisas muito simples:
1º não fui eu que comentei o seu post mas sim o meu co-bloger Zé Luís;
2º as leis têm (também) uma função dissuasora: 6099 abortos legais neste enquadramento legal não são, directamente e sem mais, 6099 abortos clandestinos no anterior;
3º o ponto de partida para a nossa discussão foi a facilidade com que dá passos maiores que as pernas na análise de uns números muito simples.
É uma vergonha acharem que o aborto aumenta por ser legalmente realizado num estabelecimento de saude autorizado. É falta de sensibilidade, discernimento e honestidade. Acham que alguém baseia a decisão de abortar na sua (i)legalidade?
"É uma vergonha acharem que o aborto aumenta por ser legalmente realizado num estabelecimento de saude autorizado"???
JGS, está consciente da barbaridade que disse?
"Acham que alguém baseia a decisão de abortar na sua (i)legalidade?"??? JGS, está a ver bem a imbecilidade do que escreveu? 11 palavras que deitam por terra centenas de tratados sobre a teoria da pena... BRAVO!
"É uma vergonha acharem que o aborto aumenta por ser legalmente realizado num estabelecimento de saude autorizado"???
JGS, está consciente da barbaridade que disse?
"Acham que alguém baseia a decisão de abortar na sua (i)legalidade?"??? JGS, está a ver bem a imbecilidade do que escreveu? 11 palavras que deitam por terra centenas de tratados sobre a teoria da pena... BRAVO!
Caro JGS,
não tenho dúvidas que a ilegalidade do acto pesa na decisão da pessoa... ou pelo menos na sua responsabilidade ao praticar os actos que levam à gravidez indesejada...
Estou consciente que a "teoria da pena" não se aplica ao aborto. Uma mulher quando faz um aborto tem razões muito fortes, duras para o fazer, e não era a penalização que existia anteriormente que nos inibia como se verificava pela nulidade da aplicação da lei (não evitava nem penalizava). Dê-me só um exemplo de alguma coisa comparável. Só um.
José Luís Malaquias,
Peço dfesculpa pela troca de identidade.
Boa noite.
AMP,
Parece que desta vez fui suficientemente explícita e finalmente percebeu a errada interpretação que fez dos números. Boa noite tb para si. E bom dia.
JLM,
Por já lhe ter enviado previamente os meus cumprimentos de despedida, não lhe estendi as boas noites de ontem.
Isto é que vai aqui um namoro.
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