terça-feira, outubro 02, 2007

Dores de crescimento

A adolescência das minhas filhas ainda está longe mas as mentiras já chegaram. Não é que a minha filha mais velha, com quatro anos de idade, ontem conseguiu mentir-me com todos os dentes de leite que tem na boca quando lhe perguntei se tinha sido responsável por o varão do cortinado ter caído ao chão e deixado duas crateras na parede no locais onde estava pendurado? Passo a explicar...
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Ontem (Domingo) foi um dia muito, muito difícil. O marido esteve a trabalhar o dia todo e eu fiquei em casa com três criancinhas sem sair à rua por causa do tempo manhoso que se fazia sentir… A manhã correu bem. As mais velhas estiveram entretidas a fazer desenhos. A mais pequena esteve sossegada, dormitou por 1 hora enquanto dava almoços às duas mais velhas. Estava de facto tudo a correr muito bem. Chegara a hora da sesta. Não consigo perceber porquê mas agora a Leonor e a Inês já não conseguem ir para a cama sem passarem o tempo na palhaçada uma com a outra. Depois de algumas ameaças passei aos açoites no rabo (desculpem os que possam ficar chocados com este relato de violência para com as crianças). Nesta altura já estava em com os nervos em franja pois a mais pequena tinha continuado ininterruptamente a gritar ao longo das minhas incursões no quarto das miúdas). Como a violência não leva a nada, digo isto com conhecimento de causa, pois as duas continuaram na brincadeira como se nada tivesse passado, resolvi pôr a Leonor, no meu quarto, de castigo, a dormir sozinha. Eis que passado uns minutos oiço um estrondo e a Leonor a dizer com a voz mais natural deste mundo "Mãe o cortinado caiu!". Quando chego ao meu quarto e me deparo com o cenário já descrito tento enveredar por um registo “não violento / tom cordial e não ameaçador / sou uma Mãe muita porreira que tenta dialogar com a sua filha que acabou de arrancar o cortinado da parede”. Cheguei a ser patética ao ponto de dizer que preferia que me dissesse a verdade. Como é evidente face a esta figura triste da Mãe a Leonor optou claramente por dizer que nada tinha a ver com o assunto. Que o cortinado tinha caído pura e simplesmente sem que a mesma tivesse contribuído para que tal acontecesse. Confesso que tive de me controlar para não desatar a rir à gargalhada.
À parte das argoladas que certamente cometi e cometo todos os dias no que respeita à educação das minhas filhas cheguei a uma conclusão: se a Leonor não quiser seguir a carreira de médica (para fazer a vontade aos paizinhos) poderá sempre enveredar pelo mundo da política…

2 Comments:

Blogger José Luís Malaquias said...

Claramente, esses açoites não estão a ser dados com o devido vigor.
Os meus têm o efeito infalível de parar com as risadas e o choro é um excelente embalador de criancinhas para dormir.

10/02/2007 10:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

E venham os namoros! Aí é que vai ser "giro"...

Boa sorte!

10/02/2007 8:27 da tarde  

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