sexta-feira, março 02, 2007

Portas abertas

Findo o período de nojo Portas está de volta. Infelizmente, e porque nem tudo correu como ele tinha previsto (caso Telmo Correia fosse o presidente do CDS não seria necessário tanta agitação), Portas teve e ainda vai ter de partir alguma loiça.

Mas o grande desafio de Portas só começa no day after.

No calendário de portas está à cabeça, numa primeira fase, tomar a liderança da direita e fazer o papel de líder da oposição pelo menos enquanto Marques Mendes se mantiver à frente do PSD, ou seja enquanto o próprio PSD se mantém afastado da ribalta. Nesta primeira fase Portas vai aproveitar para se bater e desgastar o governo do Engenheiro Sócrates ganhando assim protagonismo para si e para o CDS.

Numa segunda fase, mais próxima das eleições legislativas e quando as movimentações internas no PSD forem para a ribalta dos jornais, Portas vai aproveitar para se aproximar de Sócrates. Nessa altura Portas espera, por um lado, já ter desgastado suficientemente o governo para que Sócrates perca a maioria absoluta e por outro passa para o PSD o dirty job de atacar o Primeiro Ministro.

Para Portas é mais fácil tentar vir a formar uma coligação pós eleitoral com Sócrates do que alguma vez teria sido com Guterres. Por um lado Guterres estava disposto a ter um governo minoritário enquanto que Sócrates está mal habituado, por outro, o tipo de governação de Sócrates é muito mais compatível com Portas do que a de Guterres alguma vez foi.

Se toda esta máquina funcionar Portas não será Vice Primeiro Ministro, mas Ministro Estado é capaz. Se não funcionar e Sócrates ganhar com maioria absoluta, então Portas continua disponível para, daí a 4 anos formar coligação com o PSD.

Será tudo isto demasiado complicado? Não para a cabeça de Portas.
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