sexta-feira, março 09, 2007

O sucesso dos outros

O anunciado regresso de Paulo Portas fez-me recordar que a saída de Vale e Azevedo do Benfica foi um dia triste para todos os amigos do Sporting Clube de Portugal (onde me incluo), correndo até na altura a piada de que era uma pena Vale e Azevedo não ter ficado por lá mais uns tempos.

Paulo Portas tem enormes defeitos que começam na sua profunda falta de consistência e acabam na sua enorme inconsequência mas foi ele, sem dúvida, que após a saída inesperada de António Guterres, roubou uma possível maioria absoluta a Durão Barroso que, como se recordam, nessa altura se batia com um Ferro Rodrigues que nunca foi um verdadeiro líder.

Na altura não se deu muita importância a esta questão, porque se pensava que as maiorias absolutas eram apenas para homens como Cavaco Silva e que apenas surgiriam em situações absolutamente únicas como foi o caso (quem não se recorda que Cavaco ameaçou que só formaria governo com maioria absoluta).

Passados alguns anos vemos que afinal um homem como José Sócrates, numa circunstância que apenas tinha de especial o efeito Santana, conseguiu uma maioria absoluta de um modo perfeitamente sereno.

Apesar de tudo o que se possa pensar de Paulo Portas o seu regresso não é surpresa para ninguém, a dúvida era apenas quando.

Há quem diga que o maior perdedor caso Portas regresse à liderança do CDS- PP (agora parece que vamos novamente ter de utilizar as duas letrinhas adicionais no fim) é o próprio CDS –PP. Pode dizer-se que volta a ser um partido sem valores, sem ideologia e que mais uma vez se volta a desviar do seu eleitorado de referência. Que volta a ser um partido centrado num eucalipto, que se calhar até nem faz muito sombra porque foi podado vezes sem conta de modo a tornar-se o mais acéptico possível.

Tudo isto pode ser verdade, mas o que é um facto é que o regresso de Portas está a começar a enervar os candidatos a futuros líderes do PSD, que até esta altura podiam deixar o partido sob a gestão de Marques Mendes mas que agora se vêem obrigados a sair da toca.

Os próximos tempos vão ser interessantes para os lados da Santana à Lapa. Resta ficar atento e ver quem é que começa a aparecer nos jornais.

3 Comments:

Blogger Jorge Ferreira Lima said...

«numa circunstância que apenas tinha de especial o efeito Santana»

Tiago, oqeq queria mais? Um tsunami?

3/09/2007 1:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o meu amigo, opinador incontimente, alguma vez votou CDS? Se não votou, o efeito das suas palavras é o mesmo de muitos PSD´s que opinam sobre o alheio.
Se votou diga-nos em que barricada se posiciona.

Lizura, clareza. Já ouviu falar?

3/10/2007 5:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Isto não interessa a ninguém...

3/12/2007 6:04 da manhã  

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